sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Mini cruzeiro

Diário de Bordo, 15 de dezembro de 2008


Apesar do dia não nos inspirar muita confiança, e já com o pacote pago, fomos (Rita, Felipe, Gutinho, João Pedro, Caio e eu) fazer um cruzeiro - na verdade um mini cruzeiro - com saída e chegada em Santos/SP, indo até Búzios/RJ. Saímos numa quinta-feira, dia 11 de dezembro e retornamos no domingo dia 14, pela manhã.

É fantástico! Melhor retorno de investimento em férias são, a partir de agora, em minha opinião, os cruzeiros. Para passear...

Dizer que gosto de navegar me parece desnecessário, é só dar uma olhada onde vcs estão lendo isso. É surpreendente o conforto que essas embarcações conseguem dispor aos seus passageiros. A gentileza dos tripulantes, o bem-estar de estar fazendo algo inusitado (para mim).

Vou postar algumas fotos abaixo para vcs apreciarem, por que descrever é difícil.

A única frustação que restou foi não conseguir ver o passadiço e nem a casa das máquinas. Afinal queria ter o gosto de ver os instrumentos e comparar com os meus...tô brincando!

Como passeio é insuperável, em minha modesta opinião, agora...não é como navegar. Eu falo de navegar, mesmo.

Quando Camões falou que "navegar é preciso", o sentido da frase está no aspecto de precisão. Navegar exige mesmo muita precisão.

Passear de barco já é muito bom. Pilotar uma embarcação é ainda mais gratificante, mas saber para onde se está indo e por onde se está indo é incrível.

Minha maior curiosidade (creio que todos que fazem o curso de Mestre) era ver se conseguiria colocar em prática tudo que o Fábio Reis havia ensinado. Plotar localização na carta náutica, pelas coordenadas dada pelo GPS ou pela observação de pontos notáveis em contraste com a carta, conferir ou confirmar com as marcas de profundidade, etc. Isso dá o sabor de navegar, ainda que timidamente pelas costas de São Paulo. Ainda que pequenas navegações para praticar e treinar...

Quando você determina uma derrota e consegue tirá-la da carta e levá-la ao leme é muito legal. Vc fica orgulhoso de si mesmo por não ter que navegar - ou se limitar - apenas pelo reconhecimento dos pontos notáveis.

O GPS já é um baita de um Imediato. Ele sozinho te garante um percentual de segurança incrível em qualquer navegação, mas a carta náutica, ah a carta náutica... Convido vocês a plotarem uma posição apenas por treino em seu próximo passeio. Pegue a carta e enquanto o barco desliza por esse imenso oceano que Deus nos deu, veja a lat e long do GPS e lance-as na carta. Vc vai se achar o próprio Diogo Cão.

O problema é que vc vai começar a comprar todas as cartas que encontrar, por que além de úteis, elas são lindas e transpiram aos que vêem, uma aura de conhecimento profundo sobre o mar, e vai começar a marcar tudo quanto é ponto nelas, em seus passeios, afinal...navegar é preciso!


Vejam as fotos...


Essa foto nos mostra na noite do Capitão, onde acontece um coquetel e é feita a apresentação de todos os oficiais do navio.


Esta foto nos dá uma visão da popa da embarcação, ainda no Porto de Santos.


Três marujos fanfarrões embarcando...

Um crocker anão no cassino...

Uma paradinho em um dos bares do navio para um drink...salute!


Boa navegação à todos!

Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos Reis

sábado, 29 de novembro de 2008

Diário de Bordo - Novembro 2008

Boa navegação à todos!

Tirei umas férias em outubro/novembro (calma! 15 dias em cada mês) e fui navegar um pouco. Aproveitei uma estiagem e fomos (lá vai a lista) Rita, Fê, Gu, JP, Ka e Willis e claro, eu, até as Ilhas - Ilha das Couves próxima a Barra do Sahy e etc - e apesar do tempo reinante dentro do Canal de Bertioga (nuvens escuras) o mar estava de Almirante (posso contar uma piada? Lá vai: tinha um marinheiro bêbado - sempre eles - no cais quando chegou perto dele um outro marinheiro, todo de branco. E o bêbado discorria toda sua frustação contra a oficialidade de nossa gloriosa Marinha, até que dicidiu perguntar quem era seu interlocutor. A resposta: Sou Contra-almirante! O bêbado imendou: Também sou contra essa raça de fdp...rs - não consigo deixar de rir quando lembro dessa piada!), mas enfim, voltando ao nosso diário, o mar estava de Almirante, ou seja, parecia um lago. 2.200 RPM nos motores, 25 a 28 nós e fomos nós. Deixei o Fê pilotar um pouco - até o destino, rs - enquanto, claro supervisionava tudo - temperatura da geladeira, crocância do amendoim e etc - tarefas desagradáveis de comandante - e fomos nós até nosso destino. Lá nas Ilhas, colocamos a embarcação de popa para a areia, o mais próximo possível e lançamos o ferro com mais de 25 metros de cabo, apesar de a profundidade ser de 1,5 metro e amarramos um cabo de popa numa árvore lá na praia. A idéia era de que iríamos pernoitar por lá. Em minha exploração pela ilha, fomos as piscinas naturais, olhamos o mar aberto e etc. Lindo! Vimos umas beldades por lá. Tive que chamar a atenção da tripulação que insinuaram uma aproximação, mas tudo contornado, graças a irrepreensível conduta do Capitão...
As Ilhas são, sem dúvidas, lindas. Um belo passeio para quem tem embarcação na região de Bertioga, Guarujá, São Sebastião e Ilhabela. Aliás - não consigo evitar - nosso litoral é bonito pra caramba!!!!!
No final das contas, depois do Willi ter fritado no sol, decidimos que retornaríamos para o casa. Novamente o mar estava de Almirante - posso contar uma piada? Ah! já contei - e voltamos. No caminho, vimos um grupo de golfinhos, nas proximidades de Riviera de São Lourença. Foi a primeira vez que vi golfinhos na região.

Enfim, foi um passeio maravilhoso.

Uma boa navegação a todos!

Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos Reis

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Diário de Bordo - 07Ago08

Diário de Bordo - 07 de agosto de 2008



Incrível, mas é verdade! Quando o Fábio Reis (grande Professor das ciências náuticas e responsável por boa parte desses grandes aventureiros que singram os mares do mundo, como Amyr Klink e sua esposa, Jack, Cmt do Trawler Jade, e tantos outros. Um dia me junto à essa turma...) me falou eu não acreditei. Muito perto de Campinas há um estaleiro! Pensei: mareou de vez.



Pois é, sexta-feira, dia 25 de julho, fomos conhecer o estaleiro do Flávio Antônio Rodrigues, ou simplesmente Flávio. O estaleiro se chama FLAB - www.flab.com.br e conta com uma equipe de profissionais muito curiosa. São todos mudos... não de verdade, ou seja não que sejam mudos de nascença ou por alguma razão outra.



O estaleiro do Flávio parece um convento. Um silêncio só! Cada profissional compenetrado em sua tarefa, todo mundo trabalhando como verdadeiros artesãos. Sou Administrador por formação e fiquei imaginando se nos idos da era moderna, quando a indústria estava em sua fase artesanal, os mestres-artesãos eram como eles...



De qualquer forma, pude ver com meus próprios olhos. Estava ali, no meio de uma região rural da cidade vizinha de Hortolândia/SP, um estaleiro. Flávio, uma pergunta: você tem idéia da distância que estamos do mar mais próximo???



Quando vi o trawler Curruíra 42" que estão construindo, me lembrei da passagem bíblica de Noé e sua arca. Noé demorou 100 anos construindo uma arca de proporções gigantescas longe a beça do mar. Imagina as pessoas naquela região seca vendo aquele homem na faina diária de construir uma arca! Só pela fé em Deus.



Do lado de fora do enorme galpão onde estão trawlers, veleiros e outros seres marinhos, havia uma verdadeira fila de animais esperando para entrar na "arca". Eram galos e galinhas, patos, bois e vacas... e o Flávio, entre outras especialidades náuticas, cuida de tudo isso. Sabe o que cada um faz. Só faltou os nomes, se é que não tem!



O fato é que quase babei quando vi o trawler. Comecei a perguntar tanta coisa que até engasguei! O Flávio é de fato um artista. Ele e sua equipe, claro. Ficava ali conversando comigo e com o Fábio e de repente saia, falava algo baixinho com um dos artesãos e voltava. Eu rapidinho olhava o resultado de sua intervenção e percebia o pessoal mexendo nisso ou naquilo outro. Que visão. Como dizem: o boi só engorda aos olhos do dono.



Bom, não tenho nenhuma foto para postar aqui mas não precisa. E só entrar na página que está ai para cima e ver as coisas que ele faz. A começar pela roda de leme de madeira que está no site. Ele que fez. Artista!



Ver uma embarcação sendo construída da gosto. A madeira sendo recoberta pela fibra. Os detalhes dos encaixes. O negócio é fascinante.



Não é a toa que o Fábio se orgulha em dizer que o Flávio é um grande amigo de muitos anos. Até eu, que o recém conheci, já estou orgulhoso de conhecer alguém com esse dom.



Flávio parabéns! Quem sabe um dia não saia pelo mundo a fora numa de suas embarcações. Sonhar é o primeiro passo para se conquistar.



Quem puder e se interessar, faça contato com o Flávio e agende uma visita. Vale a pena. Ah, ia me esquecendo. Não esqueça de pedir para ele "passar" um cafezinho. É fantástico também.



Boa navegação a todos.



Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos Reis

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Diário de Bordo - 02 de julho de 2008

Diário de Bordo - 02 de agosto de 2008 - Dia dos Bombeiros



Sábado, dia dois de agostso fomos até a MArina para verificar como havia ficado o serviço mecânico recomendado ao Adailton e Ricardo (mais conhecido por Chicletinho).


Se não se lembram, havíamos (Rita, Ricardo e Eu) ido até a Ilhabela para o encontro de casais na casa do Edson, em São Sebastião. O barco "fumou" muito, por isso pedi para que fosse verificado o que teria ocorrido.


Na avaliação dos dois marinheiros, o problema estava nos filtros Racor e interno. Foi feita a substituição e íamos fazer o teste.



Convidei dois amigos para irem até lá, mas dado compromissos pessoais acabou não dando certo. De fato o tempo não estava muito bom. Ventava um pouco o que faz levantar ondas. O canal de Bertioga estava tranquilo.



Estávamos a Rita, o Gutinho, o Caio e eu, além claro do Chicletinho (rs). Saímos pelo Canal e nos aventuramos do lado de fora dele. Fomos em direção a enseada do Indaiá e passamos ao largo da Ponta da Enseada, dando a volta na Ilha Monte Paschoal e retornamos à segurança do Canal de Bertioga. O mar estava mexido. Vento de Sudeste.



Como teste, vimos que a fumaça de fato qause sumiu...motor diesel tem esse problema: quanto menos se usa mais problema dá. A regra é usar!


A Rita sentiu cheiro de diesel e eu insiti que era impressão sua, haja vista que como foram substituídos os filtros (que aliás estavam péssimos) poderia ter caído combustível no porão e restado algum vestígio. Ricardo me garantiu que havia limpado tudo...então nos resta investigar o cheiro.




Pelo canal acabamos indo até o restaurante Ácgua Verde almoçar e depois retornamos a Marina. Em nossa inspeção, constatamos que um dos bicos do motor de Bb estava vasando. Ponto para o olfato da Rita.





Aliás, ponto para Rita pela reportagem fotográfica que fez. depois de tanta insistência para ela filmar e fotografar nossos passeios, ela decidiu corresponder. Todas as fotas dessa postagem foram feitas por ela. Parabéns!



É fato. Preciso fazer um curso de mecânica Diesel. Faz parte da vida de quem quer viver no mar (pelo menos uma parte de sua vida).






A todos boa navegação!


Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos Reis

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Diário de Bordo - 30 de Dezembro de 2007

Diário de Bordo - 30 de Dezembro de 2007

Estávamos Rita, Gutinho, João Pedro, Patrícia - namorada do João, o Tosco e eu a bordo do Rei dos Reis. Íamos passar as festas de final de ano nele e talvez até iríamos ver a queima de fogos pelo mar.

Tínhamos chegado na marina dia 29 e estávamos muito felizes e alegres. No dia 29 programamos um pequeno cruzeiro até Ilhabela. Realizei os preparativos nesse dia para não atrasar nossa saída no dia combinado.

Por volta das 08:00 horas zarpamos, deixando para trás o Canal de Bertioga com a ilha Montão de Trigo em nossa proa. Dali corrigimos nossa perna para a ilha de Toque-toque (a do farol) e entramos no Canal de Ilhabela.

Estava um dia maravilhoso. Sol, mar calmo, pouco vento ou quase nenhum. Como estávamos no lado do continente, o Tosco e o Gutinho que estavam no fly avistaram uma pequena praia deserta a nossa esquerda, ou seja, no continente. Depois identifiquei como sendo a Brava.

Mudei a rota, pois a derrota inicial era demandar a ilha das Cabras e nos aproximamos dela. Linda é pouco para descrever o que vemos ao chegar a uma praia vindo do mar. Só quem navega (a motor ou a vela) é capaz de entender o que falo. É outra coisa. Felizes os marinheiros e marujos...

A praia é de tombo e por prudência, paramos a uns cinquenta metros da areia, com 8 metros de profundidade. Lançamos âncora e ficamos embasbacados com a expressão de tamanha bondade de Deus!

Não demorou ouvi um "uuhhuuuuu" e tigum... Lá se foi João Pedro, Tosco, Gutinho e ... Patrícia (espero que seus pais não leiam isso...). Que 8 metros que nada. A água que aparentava uma cor azul escura (eram quase 10 horas e o sol ainda não havia aprumado) mostrou-se completamente e absolutamente transparente.

Não teve jeito...lá fui também (após me certificar de que a âncora havia de fato unhado a tensa de areia, aumentar o rádio - VHF, claro! - fechar as janelas mais baixo, verificar se a escada da popa estava baixada - trauma daquele filme em que todo mundo pula na água e depois não conseguem voltar ao veleiro...o trauma e tanto que até me esqueci do nome. Se alguém se lembrar, manda um comentário, ok!).

Bom, ali ficamos por aproximadamente uma hora e retomamos nossa rota até a ilha das Cabras. O plano era ficar lá e fazermos um churras de matar todo mundo na areia de inveja e de fome...hahahahaha! Não deu certo. A âncora demorou a unhar. Ficava agarrando e nada. Depois, dado o grande movimento de embarcações por ali, o Rei dos Reis fica chacoalhando demais. Ia dar enjoo em todo mundo... decisão democrática - deste Capitão - voltarmos à Brava.

Sábia decisão. Retornamos e ali ficamos, churrasqueamos, fomos a praia (aliás, queimei meus pés na areia branca e incandescente), nadamos e tudo o mais.

Pelas 16:00 horas decidimos retornamos. Quando cheguei na Brava pela primeira vez, realizei o primeiro check na embarcação: nível de combustível, casa das máquinas, vazamentos, visualizei toda a estrutura externa do casco. Diagnóstico: Tudo Ok! Na ilha das Cabras fiz a segunda checagem. Ok! Ali na Brava novamente fiz a terceira checagem e tudo Ok!


Saímos e retornamos pela mesma rota em seu contra-azimute e demandamos o Canal de Bertioga por volta das 17:30 horas. Já bem próximo de sua foz, o motor de BE começou a apresentar falhas, típica de pane seca...ôôh! Tinha certeza de minhas checagens. Não podia ser combustível. Ai a coisa fica feia, pois então poderia ser algo mais grave...

O dito motor parou por completo, baixei o manche para não forçar o de BB e toquei. Abri um pouco a rota de entrada para pegar um "jacaré" nos marolões que me empurraram para dentro do canal.

Quando chegamos a foz do rio Itapanhau o motor de BB começou a apresentar o mesmo sinal. Liguei para o Adailton, na marina e o avisei que provavelmente não chegaria lá.

De fato, logo depois esse motor também parou, mas dentro do canal é outra coisa. Estamos em casa. Depois de algum tempo - não pouco, não antes de um grupo dentro de uma super-mega-hiper lancha passar a toda perto de nossa embarcação ancorada e sinalizada e quase mandar-nos para dentro do mangue - e ainda ficou bravo com meus protestos - o Adailton apareceu e nos rebocou até a segurança da marina.

Ia tudo bem até o Adailton apontar o céu...já era tarde, mas estava negro e começou a cair um aguaceiro de dar medo. Raios pra todo lado e água que descia. Para encurtar, até capote para dentro da água de jaqueta e tudo eu tomei. Mas confesso, foi divertido!

Bom, dia seguinte dia de reparos. Passei o último dia do ano - 31 de Dezembro - sangrando os motores do barco. A conclusão foi de fato "pane seca". Apesar de ter ainda um quarto de

tanque, o pescador - alusão ao caninho que puxa o combustível de dentro do tanque e manda ao motor - estava alto e não alcançava essa quantidade toda.

Fiquem tranquilos meus querido passageiros e convidados, esse problema foi imediatamente corrigido e já testei indo novamente à Ilhabela. Tudo Ok!

Ficam as lições aprendidas: não basta apenas checar os itens conhecidos, é necessário conhecer TODAS as particularidades de sua embarcação...pena que na maioria das vezes só vamos conseguir isso a cada novo defeito...

Boa navegação a todos!!

Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos Reis

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Navegar é preciso, mas segurança...

Desde de que adquirimos a embarcação Carbras Mar 32, que se chamava "Benhê", tivemos a oportunidade de providenciar melhorias para assegurar a segurança necessária no mar. O RIPEAM e os demais regulamentos da Marinha Brasileira nos indicam uma série de medidas para garantir que sua navegação seja apenas momentos de grande alegria e de felizes lembranças.





Nem sempre é assim. Existem proprietários que por uma razão ou outra teimam em economizar em detalhes que aumentam o risco na navegação, expondo a vida de seus convidados, amigos, de seu marinheiro, que se vê obrigado a se arriscar por exigências do "patrão" e a sua própria vida.









Muitas vezes esses riscos acontencem por medidas ou fatos fora de nosso controle. Recentemente, na região do Canal de Bertioga houve dois incêndios em embarcações. Uma tivemos o desprazer de presenciar. Uma embarcação Cobra 32 se incendiou na foz do canal, do lado do oceano. Chegamos a acelerar para o local no intuito de responder ao sinal de socorro feito pela rede-rádio. Graças a Deus embarcações mais próximas garantiram o socorro das 11 pessoas que estavam a bordo e que se atiraram ao mar.









Outra embarcação que se incendiou, foi uma conhecida nossa e de um amigo, chamada Triana (ao lado), que chegamos a iniciar uma negociação para aquisição, mas acabou não dando certo. A Triana é uma Carbras Mar 48', que se incendiou dentro da marina onde ficava. Não tive a oportunidade de conversar com seu proprietário, então não vou emitir parecer do que poderá ter ocorrido.



Não raras vezes, vemos passar pelo canal de Bertioga grandes embarcações em alta velovidade, bem acima dos 7 nós determinado pelo regulamento para navegação em águas interior, como o Canal. Me parece que esses "Comandantes-de-fim-de-semana" nem conhecem essa regulamentação, e após um lauto almoço regado a algumas (diversas) "biritas" saem com suas máquinas à toda.



Infrutiferamente as marinas do Canal fazem soar suas sirenes em protesto à alta velocidade, tentando alertar o dito "Comandante" que acima dos 7 nós, sua embarcação que está deslocando 4, 5 as vezes 10 toneladas irão causar verdadeiros tsunamis nas margens, causando danos e avarias nas embarcações atracadas...é uma pena!



De qualquer forma, desde que assumimos o camando da ex-Benhê e agora Rei dos Reis, temos tido grandes oportunidades de alegria (mas nem tudo é alegria, claro!). Veja o vídeo abaixo onde o Felipe faz um Jet boat de carona na Rei dos Reis. Foi só diversão. Dele que estava no bote e nossa que rimos a beça da cara dele...de medo...rs.











Outra coisa a se considerar são aquelas imagens que só se consegue ver estando onde só se pode estar de barco...cada pôr-de-sol...colocarei as imagens em outra postagem para não carregar demais esta.

Se tenho visto algumas coisas que me desagradam por parte de proprietários, tenho também tido a oportunidade de conhecer outras fantásticas, como o nosso amigo Roberval, comandante da Blue All e Pesca Light, Eugênio da Baependi, Edu e Marquinhos da...era uma Carbras Mar chamada Shilton agora mudaram de embarcação para uma Mares que se chama...Favela rsrsrs, isso mesmo, eles sabem o que fazem ao colocar nome em embarcação rs. Esse pessoal é muito rigoroso na manutenção e na equipagem de suas embarcações. Sempre aprendo algo com eles.


Fica o convite para os leitores de adquirirem uma embarcação. Não importa muito o tamanho ou modelo, desde de que proporcione segurança para você e seus convidados, além claro da comunidade náutica local. Você passará a ter contato com pessoas e ambientes que interagem mutuamente.


Então é isso, boa navegação...







Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos Reis

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Diário de Bordo - 20 de julho de 2008

Diário de Bordo - 20 de julho de 2008 - Domingo

Ilhabela - praia do Pindá

Após o término do encontro de casais e do culto de domingo, saímos (eu e Rita) e fomos para a balsa e voltamos para a Ilhabela e para nosso barco.

Após embarcarmos fiz as checagens de praxe, como nível de combustível, água doce, provisões e etc.

O vento tinha virado e estava entrando um vento de sudoeste que prometia ficar forte, que já estava começando a levantar ondas. Rapidamente começamos os preparativos para iniciarmos nosso retorno. Entramos no canal e saímos buscando a passagem pelo canal de Toque-toque.

As marolas, a 19 metros na sonda, estavam bem altas com um comprimento de aproximadamente 15 metros.

Imaginei que teríamos um retorno meio chacoalhado, mas como diz no hino: "com Cristo no barco tudo vai muito bem, vai muito bem, vai muito bem e passa o temporal...".

Tinha descido no horizonte uma formação de nuvens que escondia o Montão de Trigo e apesar de estar com ele em meu(s) GPS(s), cheguei a duvidar que estaria indo na direção certa (brincadeira duvidar do GPS e ainda mais de dois!!!). De qualquer forma, eles me mostraram que estavam corretos. Na verdade, visualizei uma sombra na formação de nuvens e na carta identifiquei como sendo as ilhas das Couves. Corrigi a rota e naveguei confiando (mesmo!) no GPS.

Logo visualizei o Montão de Trigo e o mar...foi se acalmando, acalmando e a formação de nuvens acumularam-se na serra sobre o continente. Linda a visão. Do lado do oceano um sol refletindo todo o esplendor de seu Criador e do lado do continente escuro...

No caminho, já próximo do contraforte da enseada de Indaiá, vimos uma lancha Intermarine de uns 46 pés (desculpe o cálculo!) em baixíssima velocidade. Não necessitei modificar minha rota para passar próxima a ela. Sinalizei ao Marinheiro (ou quem estava pilotando - só vi essa pessoa) e ele respondeu que estava td ok. Continuei meu caminho e ele foi vindo atrás, mas em baixa velocidade. Não tinha sinais de estar com problemas.

Como o mar estava um pouco virado, vim a aproximadamente 15 nós, pois a Rita tinha ido dormir e não queria caturrar muito. Isso fez com que saísse uma fumaça preta dos escapes que sujou toda popa do barco, mas de qualquer forma, as 17:05 horas adentramos ao canal de Bertioga e as 17:25 horas atracamos na marina.

Chequei o combustível e o tanque do motor de bombordo estava com meia capacidade e o de boreste com 3/4. Ou seja: ou forcei mais o de BB ou ele está realmente gastando mais.

Deixei algumas tarefas para o Ricardo e retomamos nossa rota, agora de carro, para Campinas.

Foi um fds fantástico, graças a Deus!


Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos reis

Diário de Bordo - 19 de julho de 2008

Diário de Bordo - Sábado, 19 de julho de 2008

Depois de quase um mês parado na marina, aproveitei a oportunidade de um encontro de casais que seria realizado na casa do Edson, em São Sebastião/SP, para tirar a Rei dos Reis do cais.

Depois de acertado alguns detalhes durante a semana, por exemplo ter pesquisado e ligado para uma dezena de marinas, garagens náuticas e etc do lado de São Sebastião e sem conseguir lugar para ficar por ali, decidi que iria para o lado de Ilhabela mesmo.

Após consultas, fomos e subimos até o Pindá, no espaço do Amaral.

Partimos as 11:25 horas e demandamos o posto de combustível da VINDOMAR, ainda dentro do Canal de Bertioga onde completamos os tanques de diesel.

Partimos dali e alcançamos a foz do canal as 12:00 horas. Estávamos eu como Comandante da embarcação, Ricardo como marinheiro e a Rita de passageira.

Partimos com a proa para Montão de Trigo, acompanhando as indicações dos dois GPS de bordo (nunca é de mais). O mar estava calmo e ventava muito pouco. O sol muito claro, típico dos dias de inverno. Nos aproximamos da ilha de Montão de Trigo o suficiente para registrá-la como waypoint em meu Garmin e mudamos a rota para Toque-Toque, onde costumo navegar entre a ilha e o continente para evitar os ventos canalizados que se formam dentro do canal.

Cruzamos o canal e passamos entre a ilha das Cabras e a Ilhabela, onde várias vezes
mergulhamos. Aproveitamos por que quase nunca dá para fazer isso dada a quantidade de mergulhadores por ali. Aliás, dois estavam fora das demarcações de segurança do pessoal da Colonial dive.

Na saída desse pequeno canal vimos uma tartaruga que mergulhou bem rapidamente. Um pouco mais a frente, já próximo da balsa, vimos uma outra tartaruga que acredito que estava doente, pois estava nadando, mas na superfície. Como não sou especialista em vida marinha, julguei que estava doente. Se alguém souber algo sobre isso...responda!

Após atracar numa boia no Pindá, eu e a Riota fomos tomar um banho e pegamos um ônibus circular até a balsa e passamos para o continente para nos encontrarmos com o pessoal da igreja de Cristo que iria participar do encontro de casais. O Alex e a Solange, também de Campinas estavam lá. Aliás, foi ele quem dirigiu os estudos no sábado a noite e no domingo de manhã.

Dormimos na casa do Edson e da Rosana. Foi muito legal. Eles são um casal muito hospitaleiro, como cabe aos que servem ao Senhor.

Chequei com o Ricardo, por telefone, que permaneceu a bordo, as condições do mar e do vento e ele me garantiu que estava tudo bem. Me despedi dando as orientações necessárias para o pernoite.



Capitão Amador Gutemberg
Comandante da embarcação Rei dos reis

"Rei dos reis"

Diário de Bordo em 21 e julho de 2008

A embarcação "Rei dos reis" é uma lancha HMS (Home Motor Ship), de casco clássico, de fabricação do famoso estaleiro Carbras Mar. Possui 32 pés ou aproximadamente 9,60 metros e foi fabricada em 1982. Pois é, já é mais velha que muitos que lerão esse texto.


Quando comecei a me interessar por adquirir uma embarcação do tipo HMS, que nada mais é que uma lancha com o conforto de uma casa (ou quase!), passei a observar com mais atenção os modelos existentes. Todas as vezes que ia até a Ilhabela para mergulhar, buscava andar pela orla e identificar pontos de conforto entre o que via e o que imaginava ser um modelo ideal.

Como minha família é grande (somos em cinco, fora os agregados) pensava numa embarcação que permitisse dormirmos com certo conforto, que tivesse um mínimo de capacidade de hospedagem, como banheiro, área coberta e área livre.

Numa de minhas passadas pelo Pindá, em Ilhabela, vi aquele modelo clássico que flutuava com muito menos balanço que as outras. Quando tive a oportunidade, perguntei o nome a um marinheiro que desembarcava de uma. "Carbras Mar" foi a resposta! Ok, mas qual modelo, por que o nome eu mesmo tinha lido... "Carbras Mar 32, só isso...!

Comecei uma pesquisa frenética pela internet e pessoalmente para conhecer melhor o modelo. O resultado posso resumir numa palavra: estabilidade!

para todos que conversava e perguntava, a resposta era sempre a mesma: essa lancha tem uma boa estabilidade, corta bem as ondas, tem bom conforto respeitada suas dimensões e etc, etc, etc.

Dai para a compra de uma foi...não exatamente um pulo, mas uma decisão... uma grande decisão!

Estou com a embarcação a quase dois anos e por capricho e por necessidade já realizei algumas reformas e acertos.

O nome: "Rei dos reis" é uma clara alusão ao nosso Deus!