terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cruzeiro de Novembro - 2ª Temporada

Diário de Bordo em 26 de outubro de 2010.

Estou em plena preparação para o Cruzeiro de Novembro - 2ª Temporada. Os motores estão pronto e serão colocados já nessa semana. Tudo bem, pois minha programação é de sair no dia 06 de novembro. Devo dormir lá dia 05 e sair bem cedo no sábado.

A programação vai ser o seguinte:

Dia 06 - Sábado - Saída da marina e navegação até Ilha Anchieta para pernoite.

Dia 07 - Domingo - Saída da Ilha Anchieta - navegação até Saco da Ribeira para reabastecimento - navegação até Angra (reabastecimento) e navegação até Saco do Céu para pernoite.

Dia 08 - Segunda - Saída para Ilha da Cotia para dia e pernoite.

Dia 09 - Terça - Saída para Paraty - alguma ilha da baía para dia e pernoite.

Dia 10 - Quarta - Saída para Paraty e abastecimento e navegação para outra ilha para dia e pernoite.

Dia 11 - Quinta - Saída para outra ilha para dia e pernoite.

Dia 12 - Sexta - Saída para Ilha da Cotia para dia e pernoite.

Dia 13 - Sábado - Saída para regresso com passagem pelo Saco da Ribeira para abastecimento e pernoite em Ilhabela.

Dia 14 - Domingo - Saída para navegação de retorno para Marina.

A programação é mais ou menos essa, uma vez que dentro da Baía de Angra e Paraty podemos mudar a opção de pernoite entre as dezenas de ilhas que lá existem.

Dessa vez vou levar meus cilindros de mergulho, vara de pesca e um pequena rede de pesca para garantir um peixinho para o almoço ou jantar. Junta com umas ostras tiradas na hora e o negócio fica bom.

Depois passo mais uns detalhes, está na hora de ir para casa. Amanhã saiu cedo com o João Pedro para Belo Horizonte, participar de uma feira comercial. A Rita já está lá e o Felipe também, aliás, morando lá (o Felipe).

Então...

Boa navegação a todos!
Capitão Gutemberg.
Comandante da Embarcação Odyssey.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Expedição para Antártica 2011

Diário de Bordo em 19 de outubro de 2010.



Estamos em pleno preparativos para a expedição à Antártica.



Em meio a tanta confusão, parte patrocinada pelos argentinos, tivemos que montar de fato um expedição, como já mencionei anteriormente e o Oleg me pediu para ser o chefe da expedição. Claro que por toda experiência que isso pode propiciar, aceitei o convite.

Decorrente disso, gerou uma série de responsabilidades e compromissos. A primeira coisa foi preencher um formulário que se chama Anexo III - formulário de Autorização de Serviços de Turismo na Antártica. Esse documento implica em dar condições para o Ministério do Meio Ambiente de avaliar se haverá algum tipo de impacto ambiental nas atividades descritas pela expedição.

Depois do Ministério do Meio Ambiente (MMA) será remetido para o Ministério do Turismo para as análises competentes.

Bom, para preencher o formulário, o Oleg conseguiu uma cópia com o Amyr Klink e me enviou. São mais de oito páginas de perguntas de todo tipo. O Oleg foi ajudando no que diz respeito as características do barco e locais e tudo o mais que podia.

Preenchia o formulário e ia mandando aos poucos para ele, que não gosta muito de ler e-mails. Então ficava esperando o retorno para corrigir e continuar na faina de preencher mais partes e assim foi o processo. Quase um mês para conseguirmos fechar o formato correto. Nisso também colaborou a Maristela que fará parte da expedição e é fotógrafa profissional. Aliás, boa parte do grupo é formado por profissionais dessa área. O tema da expedição não poderia ser outro. Registrar através da fotografia os impactos no último continente.

Bom, depois de ter conseguido fechar o formulário, preparei um Plano de Contingências prevendo todas as medidas que serão necessárias em algumas situações operacionais, como tempestade, perda de comunicação, extravio da rota e etc. Tudo de novo. Manda para o Oleg e ele fazendo suas críticas, as mais ácidas e etc, rsrsrs.

Depois de tudo resolvido, encaminhei um e-mail ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) para saber o que tinha que fazer, para quem mandar e etc. Tudo depois de uma pesquisa enorme na internet, pois não é muito claro o caminho.

Graças a Deus achei uma pessoa que retornou o e-mail que mandei no 'fale conosco' deles. A moça me retornou dando o caminho e uma cópia do mesmo formulário que já tinha pronto. Melhor assim.

Mandei dois e-mails para essa moça para saber se tinha recebido e se havia alguma providência necessária.

Hoje recebi a resposta de que recebeu o formulário e que estão analisando e passando a frente para as demais providências. Fiquei feliz com a notícia. Corri mandar um e-mail para o Oleg, atualizando-o das boas novas.

Vamos ver agora. Parece que a coisa voltou a funcionar.

Então, por enquanto...




Boa navegação a todos!

Capitão Gutemberg.

Comandante da Embarcação Odyssey.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Preparativos para cruzeiro em novembro de 2010.

Diário de Bordo em 13 de setembro de 2010

Comecei os preparativos para meu cruzeiro de novembro. Espero ter as mesmas boas condições do ano passado. Foram oito dias e sete noite maravilhosas.

Mandei o nosso mecânico de confiança, Renato, dar uma olhada nos motores e realizar a revisão de 300 horas. Ele abriu um dos motores e viu algumas coisas que entende melhor acertar antes da viagem.

Devo ir, a exemplo do ano passado, até Ilhabela, Ilha Anchieta, Angra dos Reis, Ilha Grande, Baia de Angra dos Reis, Paraty e baia e Ilha Cotia.

Esse ano gostaria de levar alguém - algo em torno de três pessoas - para ajudar um pouco nas despesas. O barco consome um bom combustível. O resto fica barato. Creio que R$ 1.200,00 por pessoa seriam o suficiente. Considere que são R$ 1.200,00 por oito dias, ou seja R$ 150,00/dia passeando por lugares inesquecíveis e alguns até inacessíveis sem barco.

Posso garantir que vale cada centavo.

Incluído estariam refeições leves a bordo, passeios em Paraty, mergulhos de snorkeling, pernoite em ilhas paradisíacas e cafezinho...rs. As refeições nos restaurantes e nas cidades (desembarcados) estariam fora do pacote, claro. Na verdade não é um pacote turístico, por que é um passeio muito especial, num lugar muitíssimo especial. As pessoas a bordo precisam participar da faina diária, ainda que seja pequena e prazerosa.

No ano passado, ficamos três dias ancorados em Ilha Cotia. Saíamos para passear em Paraty e adjacências, Saco de Paraty Mirim, Saco de Mamanguá, fora as incursões com o barco de apoio pela própria Ilha Cotia. A tarde ficávamos jogando carta na proa enquanto ia escurecendo e os peixes saem para comer...era uma correria só dos pequenos peixes fugindo dos maiores.

Depois de escuro (e escuro mesmo!!) ficávamos olhando para o céu - que naquelas latitudes e escuridão ficam repletas de estrelas - a espera de alguma estrela cadente ou algum OVNI...rsrsrs. Estou rindo agora, mas se aparecesse algo não sei o que faríamos...rsrsrsrs.

Ali onde ancoramos a água fica mais parada que uma piscina. Umas duas noites tivemos a companhia de dois barcos de pesca que ali se abrigavam para logo de madrugada saírem à pesca. Em outra, além dos pesqueiros, apareceu um veleiro para uma noite apenas.

É diferente chegar à Paraty pela água. Para mim foi. Já tinha ido até lá algumas vezes mas sempre de carro. Foi uma experiência inédita e essa é a proposta. Possibilitar experiências inéditas a quem quiser, sem loucuras, aventuras descabidas nem nada mais agressivo. Vida no mar. Esse é o nome da expedição.

Vida no Mar!

Está a fim??

Enquanto pensa...


Boa navegação a todos!

Capitão Gutemberg.

Comandante da Embarcação Odyssey.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Projeto Antártida 2011

Diário de Bordo em 01 de setembro de 2010.

Fiquei fora uns tempos por que o projeto acabou recebendo um jato de água fria dos argentinos. Nosso comandante da expedição, capitão Oleg, notificou a todos que a Receita Federal da Argentina confiscou diversos barcos que realizam charters pela região sul do continente, a partir de Ushuaia/Arg.

Hoje recebi boas notícias dele. Me parece que o problemas está circunscrito a três barcos da própria argentina.

No Brasil, os barcos dedicados a atividades comerciais regulares devem possuir uma autorização da Marinha e sua tripulação deve também possuir cursos e habilitações diferenciadas, tais como Marinheiro de Convés (antigo Moço de Convés). O problema por lá pode ser esse. Eles podem ter algum tipo de regulamento que os barcos argentinos não estavam respeitando.

Bom, parece que a coisa voltou a andar.

Vamos torcer para que tudo caminhe bem, e enquanto isso,

Boa navegação a todos!

Capitão Gutemberg.

Comandante da Embarcação Odyssey.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Casamento do Alex

Diário de Bordo em 05 de Agosto de 2010


Sábado passado (31 de julho) foi o casamento de nossa amigo e Imediato Alex com a Fernanda. Eles estavam juntos havia dez anos e decidiram regularizar a situação diante da lei dos homens. Ficamos muito felizes com a decisão do casal. Acredito muito que o Senhor se agradou também.

Foto 01: Chegada da noiva ao casamento.


Foto 02: O esperado momento do corte do bolo.


Foto 03: O casal de noivos com a Rita e eu.


Foi uma festa mais que agradável. A família do Alex e da Fernanda nos recepcionaram muito bem. Muito obrigado pela acolhida e hospitalidade. Nos divertimos muito.
ANTÁRTIDA
Muita coisa está acontecendo e não consigo atualizar o blog, mas vamos falando o que dá.
Semana passada conheci o João Batista ou JB como gosta de ser chamado. Ele me foi indicado pela Sophie, esposa do Oleg para nos dar algumas dicas para a viagem em termos de equipamentos e roupas. Foi muito proveitosa a reunião. Ele me explicou temas importantes, como:
1. Banho: só tem banho quando o Oleg permite. JB me garantiu que é quase impossível transpirar por lá, então o banho pode ir sendo adiado. O macete são os lenços úmidos para limpeza. Quando há permissão para banho são com cinco litros para cada um...rs
2. Comida: o que mais se faz por lá na travessia e nos passeios é comer. A Sophie tem fama de muito boa cozinheira e há absoluta fartura dentro do barco. Só se faz comer e beber.
3. Bebidas: JB me orientou a mandar um e-mail para Sophie falando do que gosto de beber. Já mandei o e-mail. Cerveja. Recebi três indicações: Cape Horn, Beagle e Patagônia. Todas cervejas incorpadas e escuras...uau!
4. Rituais: Um deles é irrecusável (ao menos se quiser ficar bem na foto com o comandante). Chama-se Nicolai (ou algo assim). O Capitão enche vários copos de vodka Nicolai. Num prato coloca sal de um lado e pó de café em outro e ao meio fatias de limão Siciliano (muito comum no Uruguai, onde moram). Voce vira a vodka na boca (sem engolir) pega uma fatia de limão e passa no sal e no pó de café e chupa esse limão....e engole tudo sem pensar...faz cara feia e pede outra. Pronto: a fórmula para ficar de bem com o Comandante..rsrsrsrsrs. Eu tô rindo mais é sério. O JB disse que esse ritual é imperdível.
5. Roupas íntimas: use-as até não aguentar mais...regra de inutilização: jogar no teto do veleiro. Se grudar, despreze. Se cair, use-a novamente..rsrsrs - Nessa altura da reunião, o JB já estava no quarto whisky, rsrsrsrsrsrs
6. Camarote: JB orientou a mandar um e-mail para a Sophie (voces estão vendo que o Capitão é o Oleg, mas quem manda de fato é a Sophie, rs) e pedir o camarote em que ele (JB) costuma ficar, que fica no corredor, tem apenas uma cortina para fechar mas fica a meia nau. Para quem navega já matou a charada...o balanço é menor. Já mandei o e-mail, claro.
7. Presente para o Capitão: Dicas de JB: charutos (não precisam ser caros, mesmo por que o Oleg os corta ao meio para fumar), Whisky 18 anos ou gorros para a cabeça. Fácil!
8. Vida embarcado: todo mundo fica de camiseta e agasalho leve, por que o interior do veleiro não é tão frio - gira nos 15 - 17°C (uiii). Pantufa (já estou com a minha do Scooby Doo) e gorro na cabeça.
9. Sala de reuniões: fica na popa do veleiro e é onde passaremos a maior parte do dia. É onde todos ficam para conversar e etc. Infelizmente alguns decidem passar mal ali....urghhh!
10. Sinais de distância: coloque seu ipod na orelha e vá deitar.
11. Navegação: Voce pode ajudar se quiser. O Oleg distribui os horários de vigília entre todos que queiram participar. Voce não meche em nada, mesmo por que o veleiro tem piloto automático. Qualquer ruído mais diferente o Oleg assume o comando.
Bom, acho que isso que me lembro.
Ontem (04 de agosto) fui comprar algumas coisas para a viagem. Comprei dois conjuntos de roupa segunda-pele, meias, um saco de dormir para -5°C (para minha acantonada em terra, no continente Antártico) e meu par de botas. A cada mês vou comprando alguma coisinha npara não pesar muito no orçamento.
Estou tirando novo passaporte, pois o meu venceu. Estou na fila para a entrevista que ficou marcada para 10 de outubroi. Creio que vou ter que mexer os pauzinhos para adiantar, pois creio que não dará tempo. O bom de se levar o passaporte, ainda que não necessário, é que voce ao visitar as bases científicas estrangeiras que lá existem, recebe o carimbo de cada uma. É uma bela lembrança, sem dúvidas.
Também estou vendo vôo para Ushuaia-Arg. Acho que terá direto.
Hoje recebi um e-mail do Oleg que está preocupado. A Argentina não quer mais autorizar barcos e veleiros que fazem chart usarem Ushuaia como base. Eles entraram na internet e vasculharam blogs. O Oleg não tem. Os que eles encontraram apreenderam todos os veleiros e barcos que ali estavam invernando...absurdo, coisas de argentino. Ele está preocupado, mas tem um Plano "B".
Bom, vamos ficando por aqui, então...

Boa navegação a todos!

Capitão Gutemberg.

Comandante da Embarcação Odyssey.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Projeto Antártida 2011

Diário de Bordo em 21 de julho de 2010

Primeira blogada com 47 anos!


Estou ficando ansioso com a viagem para a Antártida. Tenho tido, como se era de esperar, alguns desencontros.


Minha solicitação de autorização em meu serviço retornou, por que ainda está muto longe a viagem, só que tem que ser com no mínimo um mês de antecedência, para que o departamento pessoal possa verificar se estou na previsão de férias no período desejado. Bom, essa relação só vai para São Paulo no mês de dezembro, ai já terá dado um mês. Corro o risco então de ficar fora do prazo.

Confuso? Imagina...

Por outro lado tenho algumas pendências na empresa que estão por correr e me corroem bastante, intensificando a ansiedade, já minha amiga e confidente, rs.


Bom, com relação ao cronograma da viagem, já realizei o primeiro pagamento para o Oleg e vamos continuando com os preparativos, não na viagem que eu gostaria, mas vamos indo. Preciso fazer um contato urgente com o João Batista (JB) que já viajou com o Oleg para pegar algumas dicas. Ele também é de Campinas.


No último dia 9 houve a comemoração do Dia do Soldado Constitucionalista ou da Revolução Constitucionalista e fui até lá prestigiar nossos guerreiros - os poucos que ainda vivem vivem, pois os que já morreram vivem em nossas homenagens.

Encontrei velhos amigos do movimento escoteiro por lá. O Betão (José Roberto Silva), Chefe Adriano de nosso Grupo Escoteiro do coração e que levarei comigo, através de nosso lenço, Grupo Escoteiro Kraós - 135. O movimento ainda está firme e aumentaram muito os números dos grupos em Campinas. Em minha época de atividade - há uma regra que diz que uma vez escoteiro, sempre escoteiro - eramos apenas dois grupos, o Kraós, no Círculo Militar e o Dom Bosco, no Colégio São José, cujo Chefe era o Jean Deck (creio que a grafia seja essa). Nós éramos comandados pelo lendário Chefe Zé.


Fiquei muito feliz conversando com o Chefe Adriano que me disse que ele ainda está vivo, hoje com 92 anos.


O movimento escoteiro, fundado pelo general britânico, depois nomeado Sir por causa do sucesso do movimento, Robert Stepheson Smith Baden Powell ou simplesmente Baden Powell.
Foto 01: Sir Baden Powell
Foto 02: escoteiro em ação. A atividade coletiva aprimora a capacidade social e o civismo. Foto 03: A principal tarefa dos escoteiro é a de se familiarizar com a arte mateira, ou seja, a de construir mediante meios de fortuna suas pioneirias, que são obras com os mais diversos objetivos. Podem ser cozinhas, camas, barracas e abrigos, pontes e neste caso contruiram uma roda gigante!

Foto 04: Um dos sinais de identificação entre os escoteiros é seu aperto de mãos. ele é feito com a mão esquerda e entrelaçando o dedo mínimo (dedinho). Isso inciou-se quando baden Powell ainda era oficial do exército inglês e fez um acordo com um chefe tribal. Esse lhe estendeu a mão esquerda (a que protege o coração com o escudo) mostrando sinceridade e de coração aberto ou desprotegido.


Foto 05: O símbolo do movimento escoteiro é a Flor de Lis. Suas três pontas simbolizam a Promessa escoteira que é seu Sistema de Valores e Princípios: Prometo pela minha honra, fazer o melhor possível para cumprir meus deveres para com Deus e a minha Pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e cumprir a Lei dos Escoteiros".

Ser escoteiro foi uma grande oportunidade que tive em minha adolescência e juventude e que vem me ajudando por toda minha vida.
Quer ouvir uma fala de meu chefe que nunca mias esqueci? Pois bem, nossa reunião de escoteiros começava todos os sábados as 08:00 hs. Como o escotismo tem suas origens na Inglaterra, meu Chefe Sidnei dizi sempre assim a todos pela manhã:
Oito horas são oito horas! 07:59 Hs não são 08:00 hs e muito menos 08:01 hs são 08:00 hs!
Eu me lembro que me divertia muito com isso, mas também me recordo de ter dito isso a muitos de meus subordinados em minha vida militar...rs
Pois bem, o Projeto Antártida voce acha que saiu de onde esse desejo sincero pela boa aventura?
OK, quando tiver comprado meus materiais vou colocando aqui parar todos acompanharem.
Abraços e por enquanto... Sempre Alerta!!! ... e,

Boa navegação a todos!

Capitão Gutemberg.

Comandante da Embarcação Odyssey.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Antártida 2011

Diário de Bordo em 18 de junho de 2010




Continuando nos preparativos para ir à Antártida (ou Antártica, ambas as formas estão corretas) tenho me ocupado de tentar depositar o sinal da viagem para o Oleg, o que finalmente consegui ontem. Sophie, a esposa do Oleg me respondeu à um e-mail falando sobre um rapaz de Campinas, João Batista (JB), que já viajou com eles e que poderia me ajudar nos preparativos de minha expedição com relação a roupas e equipamentos que devo ou posso levar.



O planejamento vai indo. Já fiz umas três relações de coisas que não posso esquecer. Creio que terei que usar um 747 para carregar tudo...brincadeira, estou acostumado com o básico. O que pega é a incerteza da intensidade do frio. Não tenho idéia de como pode ser o frio por lá. Sei que irei no verão, o que representa dizer que pegarei temperaturas amenas, como máximas de até 5ºC e mínimas de até -10ºC, se ventar.



Em contrapartida também sei que os pólos são os lugares mais secos do planeta, ou com menor umidade relativa do ar. É seco. É frio.



Outra coisa que me preocupa é um vento famoso por lá, chamado de "catabáticos", que vem da expressão grega katabatikos, ou descendo colinas. Eles são ventos de alta pressão que acabam descendo as colinas por força da gravidade, gerando ventos violentos, como pode ser observado nas imagens abaixo.

Foto 01: ventos catabáticos.

Foto 02: ventos catabáticos Antárticos.

Fonte: wikipédia.

Esses ventos são capazes de empurrar icebergs menores e podem atrapalhar o passeio. De qualquer forma, tornam a aventura mais colorida.

Bom, em minha relação de roupas tenho que fazer uma previsão para quatro semanas. Lembrar que não há lavanderia a bordo, portanto não há a possibilidade de reutilizar a mesma peça. Usou até não dar mais, vai para o saco de roupas sujas que será aberto apenas em casa. Então voce tem que pensar no que precisa para o dia a dia e para as eventualidades. Por exemplo, quando se sai de barco, tem-se uma idéia de como será o dia. Ali, a travessia do Estreito de Drake dura em média quatro dias. Saiu não tem volta. Portanto se pegar um tempo ruim no caminho, poderá haver a possibilidade de molhar a roupa que está vestindo.

Como todos sabem, a água do mar é salgada, então a roupa mesmo secando ficará desconfortável para uso, pelo sal impregnado. Perdeu mais uma veste. Se calcular errado, corre o risco de ficar sem roupas secas para usar ou ter que usar roupas sujas ou salgadas. Imagine dormir assim...

Existe uma roupa chamada "segunda pele". Ela é aderente ao corpo para prender o calor que nós produzimos. Essa roupa fica bem justa ao corpo e é flanelada. Se voce começar a andar, gera maior calor e poderá transpirar. Se transpirar e permanecer com a roupa, quando parar o suor produzido irá... congelar. Já diferentemente, no gelo voce quase não sua (nas partes mais expostas) por que o frio contrai os póros e não permite suar. Caso aconteça de suar...não tem jeito, terá que mudar de roupa ou se abrigar em algum lugar que não te permita congelar por debaixo das roupas de frio.

Conversando com o Oleg ele me falou da possibilidade de pernoitar em algum abrigo abandonado que existe por lá. Fiquei encantado e ansioso com a experiência. Estou programando o que levar de equipamento. Queria comer um miojo na Antártida...será que vai dar?? O plano é simples, tenho um pequeno fogareiro de uma boca que usa um pequeno botijão de gás, mas não creio que conseguirei levá-lo comigo no avião...com essa onda de terrorismo, está tudo proibido, sem dizer que o dito iria no compartimento de cargas e lá não é pressurizado, portanto faz um frio enorme. Há perigo assim de explodir...melhor fazer uma fogueirinha comm madeiras de naufrágios e usar uma das pequenas panelas da Sophie!

Nem sei se vou conseguir levar meus canivetes...com certeza iria precisar deles. Vou levar um isolante térmico e um saco de dormir para temperaturas de até -10ºC. Creio que seja suficiente. Os homens de Ernest Schakleton tinham muito menos e sobreviveram...

O que eu não posso esquecer de levar são lenços umidecidos. Isso é importante quando não se tem uma programação muito certa de banhos.

Na minha relação estão incluídos:

- Bandeira do Brasil, claro!

- Máquinas de filmar e fotografar com seus carregadores e pilhas sobressalentes. Vou comprar também cartões extras de memórias. Se não der para descarregar no laptop, descarrego quando chegar.

- laptop para poder ir atualizando o blog e quando chegar por aqui lanço tudo de uma vez...

- canivetes, rolo de barbante, fitas helerman (?), linha de costura e agulha, Meclin 50g (uma caixa fechada, rs), boné, óculos escuros, roupas impermeáveis, botas para gelo, pantufa para o interior do barco, meias de lã, jaqueta de frio (mesmo), etc...

Quando lembrarem de algo me escreva...então é isso, por enquanto...

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg

Comandante da Embarcação Odyssey

quarta-feira, 9 de junho de 2010

De novo!

Diário de Bordo em 09 de junho de 2010

Feriado de Finados (um amigo disse que os evangélicos não deviam se aproveitar dos feriados católicos. Também acho, mas como dizia Silvester Stalone em seu filme O Juíz, Law is law) decidi visitar - é o máximo que tenho conseguido fazer - a Odyssey. A Rita foi junto e partimos na quarta-feira a tarde para fugir do feriado que seria na quinta-feira e entendíamos que causaria congestionamentos.

Malas prontas descemos - pela nova alça do rodoanel Mário Covas, e chegamos bem. Primeira providência olhar a meteorologia. Tempo razoável, não teria muito sol e nem tampouco choveria muito. Aliás, chuvas apenas nas noites.

Quinta-feira de manhã combinamos com o Alex que trouxesse a Fernanda e o Eric a bordo para passarmos o dia pelo canal de Bertioga, por que o mar não estava muito bom para navegação. Iríamos fazer o - já - famoso lambe-lambe do Imediato. Rodamos pelo canal e paramos para almoçarmos próximos do condomínio-marina Guarujá.




Foto: o Lambe-lambe do Imediato. Fantástico!


Foto: Rita e Fernanda se esquentando no sol. Fazia um frio de aproximadamente 16°C.


Foto: Alex, o Imediato e o pequeno Eric com seu janelão aparecendo...rs


Ficamos até bem tarde, por que o dia foi muito agradável. Dormimos cedo por que iríamos, na sexta, para o Saco do Indaiá, uma enseada bem perto da foz do canal de Bertioga, super conhecida e frequentada.

Sexta de manhã abastecemos o barco, apesar do Alex entender que não era necessário, pois havia diesel suficiente para irmos até Ilhabela, mas sempre é bom prevenir! O fato que quando o barco deixa de navegar, o diesel envelhece rapidamente no tanque e produz muita fumaça quando o motor é ligado além de outros problemas. por isso os marinheiros recomendam que quando vai chegando o inverno, deixe os tanques com o minimo para o acionamento de manutenção dos motores.

De qualquer forma, colocamos mais cem litros em cada tanque. Pronto!

Chegamos rapidinho ao Indaiá - cerca de vinte minutos de navegação - e ancoramos num canto protegido. Ali seria nossa casa pelos próximos dois dias. Nesse dia poucos barcos chegaram ali. Foi bom, deu para comermos tranquilo e até para eu tirar algumas ostras das pedras.



Foto: O Capitão comendo as ostras que tirou das pedras. Dá para ver uma outra lancha ao fundo. Não havia um sol forte, o que desanimou os navegadores.



Foto: Para quem não acreditou, ai está um closed da ostra. Acredite, eu como isso e gosto. A Rita que me ensinou a gostar, mas ela mesma não tem me acompanhando na empreitada....só na cachaça (só um pouquinho) que desce junto, rs.

A noite aconteceu um fato inédito. Vários barcos de pesca começaram a chegar e se abrigar para a passagem da noite. Os pescadores trabalham sós ou em tripulações. Depende do tamanho do barco e as vezes da família. Mas o fato é que todos eles se conhecem.



Não conseguimos ouvir a comunicação entre eles, por que usam os rádios PX, que tem frequencia diferente dos VHF que são usados e exigidos para barcos de esporte e recreio e comerciais.



Eles chegaram já escuro e trabalharam ainda um tempão limpando as redes e também consertando-as. Minha crítica é que eles não param o arrastão nem dentro do Saco, ou seja, eles entraram arrastando e só recolhem as redes quando param...todos sabem os estragos da pesca de arrasto para o fundo do mar...vem tudo, até tartarugas e isso me preocupou por que no Saco do Indaiá tem pelo menos uma que vive ali.

Foto: comemos uma tainha assada na churrasqueira no sábado. Outra especialidade de nosso Imediato.


Amanheceu o sábado depois de uma noite um pouco agitada para as características do Indaiá, mas nada anormal. Começaram a chegar algumas lanchas perto das 11:00 horas e foram se acumulando. Algumas menores chegaram e logo foram embora, por que o dia não estava bonito e ventava.

Sai com o inflável até a barra da enseada e vi os pesqueiros do lado de fora fazendo seu arrastão. Pensei: tudo ok!

Estava acompanhando a meteorologia o tempo todo pela internet e tinha previsão de tempo com sol e ventos fracos para o domingo. Assim, ao invés de forçar o barco num retorno até o canal no sábado, decidi pernoitar e esperar pelo domingo.

Pois bem, a tarde o tempo foi piorando e chocoalhando o barco cada vez mais. O último barco que ali estava era uma 60 pés que rompeu o mar daquele jeito mesmo. Tem grande murada e se protege melhor das ondas.

Ficamos. Sós...

A noite foi daquelas. Ninguém conseguia dormir direito pelo balanço das águas e batidas das ondas no costado. Olhava para fora e o tempo estava feio. Amanheceu e vi que nada estava melhor.

Infelizmente ainda sou escravo do relógio e tenho compromissos. Acertei com o Alex que se não conseguissemos sair logo teria que ir para a praia e abandonar a Odyssey com ele para mais um pernoite ali.

Navegar é assim. Voce não domina o meio. Navega quando é possível. Um erro pode representar muito, inclusive expor as vidas que estão sob sua custódia como comandante da embarcação.

08:00 horas.

_ Embarcação Odyssey a Delta 21.
_ Delta 21 em QAP. Odyssey prossiga para o canal 77.
_ Delta 21 à Odyssey.
_ Bom dia a Senhora e a todos que nos ouvem. Por gentileza Delta 21, Odyssey pelo Saco de Indaiá. Comandante da embarcação Capitão Gutemberg, Imediato marinheiro Alex e uma passageira. Poderia nos fornecer as condições climáticas para as próximas horas?
_ Positivo Comandante. Frente fria subindo com ventos de 20 nós elevando as ondas à 1,60m a 2,00m. Impróprio para navegação. Qual clube a embarcação é associada?

Estranhei a pergunta. Me soou como um alerta!

_ Marina Tchabum, no canal de Bertioga.
_ Positivo Comandante, recomendamos uma melhora no tempo para retorno ao canal.


Estava sacramentado. Não daria para retornar com a Odyssey a Marina. Não teve jeito, peguei apenas o notebook e a Rita idem, carteiras, chaves do carro e fomos levados para a praia pelo Alex com o bote auxiliar. Para descer foi uma dificuldade, haja vista as ondas quebrando.

Caminhamos pela areia e ia olhando o Alex voltando para a embarcação e foi me dando um aperto no coração. Fui vendo a Odyssey ao fundo da enseada esperando melhoras do tempo e com um "ar" triste.

Chamei o Alex pelo nextel e fomos falando. Uma maneira de diminuir minha sensação de ter fugido da luta.

Quando chegamos de ônibus na balsa, vi que nada havia melhorado, ao contrário, as ondas pareciam crescer. Avisei o Alex que garantiu que estava tudo ok. Fiz algumas recomendações, como se preciso fosse. O Alex é experiente e zeloso com o barco. Ele tem um vínculo afetivo por ela. Afinal são onze anos de trabalho ali.

Estava já pela rodovia Castelo Branco, retornando para casa, quando o Alex chamou e deu uma notícia terrível.

_ Patrão, aconteceu o que não poderia acontecer...
_ Fala logo o que foi...falei ansioso estacionando o carro no acostamento.
_ O cabo da âncora quebrou...

Até a Rita deu um salto de susto com a notícia. Imagine que o barco fica preso no lugar pela âncora e com o vento que estava fazendo, o barco poderia ser levado para as pedras e naufragar. Pior, o Alex sozinho na embarcação.

_ Voce tá brincando?
_Pior que não patrão...
_Levou o barco para o meio da enseada? Como está o vento? E as ondas?
_Complicado. Estou vendo uma bóia mais perto da praia, vou tentar chegar lá.

Perto da praia é mais raso. Não vai dar calado, pensei...

Imediatamente liguei para o Adaílton, um marinheiro que nos ajudou muito com a Rei dos Reis e perguntei se ainda estava na marina. Respondeu que sim. Pedi para que ele levasse a âncora da Rei dos Reis para o Indaiá e lá pedisse carona para uns barqueiros que ficam fazendo uns fretes da praia às pedras para pescadores que ali vão pescar.

Retornei a ligação ao Alex e ele antes que eu falasse me sugeriu exatamente a mesma coisa.

Nisso já havia chegado em casa, por volta das 16:00 horas.

Depois de um tempo e de muita comunicação com o Imediato, ele me chamou.

_ Patrão, já tá tudo certinho. A âncora unhou bem e está tudo bem. Vou começar a tentar achar a âncora com o cabo que quebrou...

Bom, passamos uma noite de expectativa. Eu em casa e o Alex no barco. O mar mexeu muito e ele dormiu pouco. Sozinho e com um histórico de quebra de caboi de âncora...não poderia ser diferente.

Por volta das 07:00 hs de segunda-feira ele me chamou:

_Patrão, tá tudo certinho, já estou no canal demandando a marina...

_ Já entrou no canal?? E as ondas??

_ Altas com vagalhões mas estavam distanciadas e deu para vir na velocidade de cruzeiro (algo em torno de 17 nós).

_ Maravilha Alex. Me mantenha informado de alguma coisa...

Pois é. O mar é isso. Tem identidade e personalidade. Se ele decidir que voce pode, pode, se decidir que não, não! Mas como dizem os ingleses (li isso num blog outro dia) mar calmo não faz bons navegadores...

Posso afirmar que quem disse isso foi o Epicuro (escrevi isso alguns posts atrás).

Lamentei muito não ter podido passar por essa junto com o Alex. Teria sido muito melhor lá do que a distância. Voces não tem idéia da angústia que me deu com tudo isso.

Ao Alex, parabéns pelo profissionalismo e presteza nas ações que impediu um fim trágico à esta história. Bom Imediato. Leal ao Comandante e ao barco.

Lembro-me que enquanto o barco balançava pelas ondas eu olhava em direção ao Forte de São João, que fica na entrada do canal e pensava: tão perto e tão longe...

Mas, tudo passou agora ao campo das lições aprendidas. A principal tarefa do Capitão é saber interpretar os sinais de tudo ao seu redor. Do vento, das ondas, das correntes, das aves, dos outros comandantes, dos pescadores e etc... e confiar menos nas análises meteorológicas, apesar de imprescindíveis à uma boa navegação.

Assim...

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg

Comandante da Embarcação Odyssey

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Projeto Antártida 2011 - Agora vai!!!

Diário de bordo em 24 de maio de 2010.

Poxa, o pessoal empolgou com as notícias da expedição à Antártida. Recebi vários comentários e algumas dicas.

Legal ver a reação dos amigos e irmãos. Depois leiam as postagens. Vai desde dicas sobre roupas até planos de orações para o Comandante Oleg conseguir nos trazer de volta...vale tudo mesmo. Torcida pelo pratocínio e tudo o mais.

Bacana, o que vale é isso mesmo, ver as pessoas juntas com seus planos e saber que elas se importam com voce.

Com relação a patrocínio, eu não ia correr atrás disso. A Origem e a CCI iriam se encarregar disso, mas infelizmente não é mais o momento para isso. Então, quem souber de empresas que gostariam de ver seus nomes envolvidos com uma expedição à Antártida, estou aceitando indicações. Não são valores vultuosos, pois tudo lá é muito espartano e comedido além do que nao tem shoppings para compras. Quem souber de algo, me informe pelo e-mail: gutemberg@origemconsultoria.com.br

No mais continuem a torcida e principalmente as orações para que tudo corra bem. Tem muito planejamento necessário. Não se esqueçam de que ainda estou no Estado, portanto dependo de muita gente gostar da idéia e autorizar a saída do país.

Mas serão essas dificuldades que darão o sabor, para quem sabe, um livro...(obrigado pelo encorajamento Ká!).

Quero levar para lá uma recordação minha. Penso em várias coisas. Creio que um quadro ou uma colcha de retalhos com os nomes de todos que queiram ir comigo, assim, virtualmente. Deixarei essa lembrança num dos abrigos de lá. É uma forma de estarmos todos juntos tão longe. Aceito sugestões sobre isso também.

Farei um patch comemorativo sobre a expedição para oferecer ao Comandante Oleg e ter como memorial.

Enfim, agora vou ver preços de meias de algodão. Me falaram que são super caras... então...

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação Odyssey

Dicas sobre navegação

Diário de Bordo em 24 de maio de 2010

Dicas valiosas recebidas por e-mail do Ney, um dos brokers mais respeitados do litoral, com o título: Você sabia que no mar também se leva multa?

São regras que muitos se esquecem, mas que levam a uma navegação mais segura para todos. Vale a pena relembrar...

Dica do Capitão Gutemberg: mostre-as aos seus marinheiros e marinheiros, lembrem aos seus patrões...

As dicas:

Voce sabia que:

De acordo com o Decreto nº 2.596 de 18 de maio de 1998:

  • conduzir embarcação sem habilitação, estará infringindo o artigo 12 que preve multa de até R$ 1.600,00;
  • deixar de inscrever ou registrar a embarcação, estará infringindo o artigo 16 que preve multa de até R$ 1.600,00;
  • transportar excesso de passageiros ou exceder a lotação autorizada, estará infringindo o artigo 22 que preve multa de até R$ 3.200,00;
  • conduzir a embarcação em estado de embriaguez ou após uso de substância entorpecente ou tóxica, quando não constituir crime previsto na lei, estará infringindo o artigo 23 que preve a suspensão da habilitação até 120 (cento e vinte) dias. A reincidência sujeitará o infrator ao cancelamento da habilitação;
  • trafegar em áreas reservadas a banhistas, estará infringindo o artigo 23 que preve multa de até R$ 1.600,00;
  • velocidade superior a permitida, estará infringindo o artigo 23 (?) que preve multa de até R$ 800,00;
  • permitir que pessoa não habilitada conduza sua embarcação, artigo 11, que preve multa de até R$ 2.200,00;
  • conduzir a embarcação sem portar a documentação relativa a habilitação, estará infringindo o artigo 12, que preve multa de até R$ 200,00;
  • conduzir embarcação sem portar o documeto de inscrição, estará infringindo o artigo 16, que preve muta de até R$ 800,00;

Estas são algumas das infrações mais frequentes registradas pelos Inspetores Navais. Para saber mais, consulte na íntegra o decreto 2.596 (RLESTA).

Fonte: Portal do Amador

O Ney presta um bom serviço à comunidade náutica de nossa região (litoral paulista) com essas dicas e parabéns também ao Portal do Amador.

Já denunciei antes aqui, neste espaço, e volto a lembrar, o canal de Bertioga está sofrendo com o excesso de velocidade que incomoda a vida de todos os usuários e destrói a vegetãção da orla dos manguezais.

Ninguém gosta de ver seu tempo de lazer "prejudicado" por fiscalizações, mas temos que mudar nossa mentalidade e entendermos que as fiscalizações buscam assegurar tranquilidade a todos, principalmente aos que cumprem a lei.

No mar não há espaços para erros, e se houver são muito menores que em outros lugares. O prazer de sair numa navegada é tão bom quanto o de voltar ao porto seguro.

Vamos fazer nossa parte e colaborar com os Inspetores Navais da Marinha. Basta para isso cumprirmos as regras lembradas acima.

PS: não se esqueçam de que não são simples dicas, é lei!

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg

Comandante da Embarcação Odyssey

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Projeto Antártida 2011 - Agora vai!!!

Diário de Bordo em 21 de maio de 2010

Projeto Antártida.

Recebi e-mail recente do Comandante Oleg, via meu amigão Rafa, dando a saber que ele irá realizar a última viagem para a Antártida agora em janeiro de 2011. Depois ele irá subir ao Pólo Norte onde permanecerá por alguns anos. Ele deseja conhecer bem o Ártico, como conhece o Pólo Sul.

Acho que se cansou de ver pinguins e quer ver Ursos Brancos.

Você sabe por que ursos polares não comem pinguins?

Bom, isso adianta muito meus planos. Como todos sabem meus cálculos eram de realizar a expedição apenas em Janeiro de 2012, haja vista minha aposentadoria. Agora terei que adiantar tudo.

O primeiro passo já foi feito. Já consegui os dias necessários na corporação, agora tenho que correr atrás dos demais preparativos, que são muitos.

Só para ter uma idéia. Terei que ir até Ushuaia - Argentina de avião, de onde retornarei do mesmo modo. A data de saída do Kotic é em 22 de Janeiro. Preciso então de no mínimo uma semana de antecedência para a ida, para encaixar o vôo com a data.

Terei que correr para comprar alguns equipamentos essenciais, como roupas de baixo para frio (ceroulas e etc), meiões de lã, óculos de proteção, outro cartão de memórias para minha máquina fotográfica (outro de 8 M, pois não vou conseguir baixar as imagens no lap), comprar uma filmadora digital com cartões suficientes, abrigo externo (barraca - vou acampar no continente antártico), saco de dormir adequado ao frio de lá (creio que um capaz de aguentar -10 °C dê, pois será verão), pequeno lampião a gás com fogareirozinho (será que dá para levar isso no avião??) lanternas, lenços úmidos para higiene, etc, etc, etc, materiais de anotação, cartas náuticas de lá, arrumar meu GPS e comprar pilhas e mais pilhas, não posso esquecer do Meclin 50ml, pois vamos de veleiro a uma velocidade média de 8 Kn...não vai ser brincadeira.

Bom, a viagem está marcada para iniciar no dia 22 de janeiro com retorno em 19 de fevereiro. Um total de 29 dias, dos quais uns oito de travessia ida e volta o que sobre mais ou menos 20 a 21 dias de Antártida...

Não posso nem pensar que a adrenalina escorre pelo sangue... :)

O Oleg me respondeu a um e-mail onde perguntei sobre acampar no continente dizendo que tudo bem quanto a acampar e até há a possibilidade de dormir num abrigo abandonado.

Penso em fazer uns patchs sobre a expedição. Pedi autorização ao Oleg e estou aguardando resposta.

Mas antes de tudo isso, terei que arrumar a verba para a expedição. Vou correr atrás de patrocínio e provavelmente irei vender meu carro. Tenho certeza de que valerá a pena o investimento. Carro a gente compra outro, mas a Antártida tem sido castigada com rigor pela humanidade e não sei até quando irão permitir viagens até lá, então...

Quem quiser comprar um Honda New Civic ano 2008 EXS maravilhoso, favor entrar em contato comigo, e agora urgente...

Bom, em breve terei mais assuntos sobre o planejamento da viagem, que agora terá que andar a galope.

Até lá...

Oppsss: ia me esquecendo. Ursos polares não comem pinguins por que os ursos moram no Pólo Norte e os pinguins no Pólo Sul...boa essa!


Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação Odyssey

sábado, 10 de abril de 2010

Guerra da Lagosta

Diário de Bordo em 10 de abril de 2010

A gente vai vivendo e ouvindo e vendo coisas. Disse meu primo Glauco - um absoluto "No Sense" de enorme coração - que a gente vai morrer e não vamos ver tudo (sic). Naquele momento ele falava sobre suas aventuras amorosas. É a maior autoridade nesse assunto que conheço, mas deixa para lá...

Em conversas tempos atrás eu tinha ouvido falar pelo Felipe de um quase conflito bélico entre o Brasil e a França, entre 1961 e 1963, que recebeu o nome de Guerra da Lagosta. Naquela ocasião, alertada por pescadores brasileiros, nossa Marinha de Guerra (MB) deslocou-se para a região nordeste do Brasil, em nossas águas territoriais, hoje chamada pela MB de Amazônia Azul. Lá encontrou de fato pesqueiros franceses fazendo a festa em nossas águas.

Expulsos, reclamaram o direito da pesca junto ao Governo da França, quando na ocasião seu presidente era o General Charles de Gaulle - aquele mesmo que durante a 2ª Guerra Mundial, quando os nazistas invadiram a França, fugiu para a Inglaterra e lá fez um discurso famosos para que o POVO francês resistisse aos alemães, enquanto muito provavelmente tomava seu chazinho das cinco...


Charles de Gaulle


Pois bem. O fato é que se noticiou pela impressa mundial que o mais potente navio de guerra frances, chamado "Clemenceau", estaria rumando para nossas águas para assegurar o direito francês a captura das lagostas.
Foi dada ordem de se mobilizar navios de guerra brasileiro para a área e diversas belonaves foram deslocadas de diferentes regiões do Brasil para a defesa. Houve também o aprontamento de efetivos da Força Aérea Brasileira e do 4º Exército, sedidado em Recife, comandado pelo próprio General Humberto de Alencar Castello Branco. Nosso presidente à época era João Goulart.
De todos os navios brasileiros que se deslocaram para o local, apenas um conseguiu chegar e sem que os franceses soubessem - graças a Deus pelos marinheiros brasileiros que lá estavam - sem qualquer capacidade de manobra, pois de seus quatro motores, apenas dois funcionavam a meia carga. Outra: sua capacidade bélica se limitava a trinta minutos de combate, ou seja, tinha munições para apenas trinta minutos de combate. Ou acertariam pontos estratégicos do Clemenceau ou virariam alvo fácil daquele.
Para nossa sorte, o apoio naval francês não passava de uma Corveta. Diante da possibilidade do embate, ela se retirou com os barcos pesqueiros de nossas águas.
O fato é que comissionou-se uma representação para ir discutir o assunto com os franceses e eles começaram a alegar que na verdade nosso direito territorial seria pela plataforma submarina e não pelas águas.
No debate diplomático entre o Brasil e a França, a comissão brasileira foi assessorada pelo então Almirante Paulo Moreira da Silva, especialista da Marinha do Brasil na área de Oceanografia. Durante os debates, os especialistas da França defendiam que a lagosta era apanhada quando estava nadando, ou seja, sem contato com o assoalho submarino (considerado território brasileiro), momento em que, longe do contato com a plataforma continental, poderia ser considerado um peixe.
Nesse momento, o Almirante Paulo Moreira tomou a palavra, argumentando que para o Brasil aceitar a tese científica francesa de que a lagosta podia ser considerada um peixe quando dá seus "pulos" se afastando do fundo submarino, então teria, da mesma maneira, que aceitar a premissa do canguru ser então considerado uma ave, quando dá seus "pulos". A questão foi assim encerrada a favor do Brasil.

Manchete sobre a Guerra da Lagosta entre 1961 e 1963
O fato é que eu não conhecia esse fato e muitíssimo pouco se fala dela em nossa história, mas mostra o quanto temos que aprender sobre nós mesmos...

Um viva a todos os brasileiros mobilizados nessa campanha e um em especial ao Almirante Paulo Moreira da Silva pela sua postura e conhecimento.

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação Odyssey

Trawler Curruíra da FLAB

Diário de Bordo em 14 de junho de 2010



Comecei a escrever sobre esse assunto em abril, dia 03, mas por circunstâncias outras não acabei. Foi quando recebi a notícia de que o Flávio tinha terminado o trawler e faria uma festa de entrega ao proprietário.


Esta semana, recebi a revista Náutica deste mês e tem uma matéria sobre esse trawler, que consta já está na Bahia firme e forte, provando a qualidade do projeto do Cabinho, mas as mãos experientes para quem de fato deu vida ao projeto, nosso amigo Flávio, da FLAB.


Coisa de louco o acabamento interno e o conforto. Quando via a foto da roda de leme, toda em madeira, lembrei-me de uma visita lá no estaleiro FLAB junto com o amigo e professor Fábio Reis, onde nosso anfitrião nos mostrou um leme de um veleiro sendo construído todo em madeira, num equipamento de marcenaria recem chegado. É absolutamente fantástico ver pedaços de madeiras se tornando um círculo perfeito.


Depois vi outra foto na revista, que mostrava a casa de máquinas e também me lembrei que em nossa visita, o trawler assumia caras de um barco ainda e o Flávio me levou para ver onde seria a casa de máquinas que já estava com os tanques de combustíveis e falava com um orgulho e propriedades únicas do trabalho. O criador falando de sua criatura. Não podia dar em outra.


Tenho certeza de que o proprietário escolheu muito bem onde faria seu Home Motorship.


Mas estou escrevendo agora motivado não só pelo lançamento da embarcação, ams para fazer um pouco de justiça.


Em toda matéria da Náutica, houve apenas uma pequena mençao do estaleiro. Tudo bem que em 17 de março, a revista cobriu o evento de lançamento e mostrou várias fotos que voce pode ver na página www.nautica.com.br/notcias onde voce coloca a palavra trawler no buscar da página e vai aparecer várias fotos. Algumas vão abaixo.

Foto 01: O Leme (ou timão) feito em madeira.

Foto 02: O interior do casario, mostrando a cozinha com equipamentos domésticos.

Foto 03: panorâmica do través de bombordo do Curruíra, agora chamado de Agenores


Foto 04: Festa com a embarcação Agenores ao fundo
PS: Todas as fotos tem como fonte a revista Náutica.

Assim, o que quero é prestar uma homenagem ao Flávio e sua afiadíssima equipe por mais esse feito. Foram, salvo engano, três anos de trabalho e dedicação que pode-se ver nos resultados.
Parabéns!

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação

Pesca de arrasto em águas profundas

Diário de Bordo em 10 de abril de 2010

Recebi pela internet do Rodnei e creio que deva divulgar. Não bastasse os flagelos que a pesca de arrasto faz nas áreas costeiras - quem é mergulhador pode comprovar o que estou falando - agora vejo que isso tem se estendido para as águas profundas.

Assistam o vídeo do Greenpeace abaixo e tirem suas próprias conclusões.

Só posso dizer que estamos acabando com nossa capacidade de sobrevivência no planeta Terra. Me parece até que alguns se esquecem que isso aqui - a Terra - não é mais que um grande aquário com um pequeno solário. Todos os recursos que aqui estão são findáveis, mas parece que o pensamento em voga é o seguinte: Pra mim basta que dure mais 30 ou 40 anos...fica para as próximas gerações a questão da sobrevivência.






Sou amante do mar e aprecio a culinária que dele vem, mas com tamanha destruição, creio que não valha a pena.

Divulguem para que as autoridades possam se sensibilizar com a questão. Ao menos tente...

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação

domingo, 4 de abril de 2010

Epicuro de Samos

Diário de Bordo em 04 de Abril de 2010


Epícuro nasceu na ilha de Samos em 342 a 342 a.C. e morreu em Atenas em 271 a 270 a.C e era filho de pais atenienses. Seu pai era versado em gramática e seu interesse pela filosofia despertou-se ainda na juventude. Para quem quiser saber mais, recomendo o link educacao.uol.com.br/biografias/epicuro.



É dele uma frase que impressiona pela simplicidade mas contundente verdade:



"Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e às tempestades".



Uma grande verdade.

Foto: Epicuro de Samos


Qualquer que seja a nevegação que tem feito, sem dúvidas realizá-la em mar de calmaria é sempre mais fácil. Mas nessas condições não há como distinguir quem realmente se diferencia dos outros pela sua habilidade, pela sua crença.



Quando se iniciam as primeiras ondas, começa-se o processo de seleção entre o joio e o trigo. O grão e a semente. O homem e a criança.



Que venham os temporais e as tempestades. Meu porto é seguro e com Cristo no barco tudo vai muito bem...vai muito bem...




Foto: As Ilhas - São Sebastião - Março de 2010.


Até águas mais tranquilas...


Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação Odyssey

quinta-feira, 18 de março de 2010

Verão 2010 - Março

Diário de Bordo em 18 de março de 2010

Mais algumas fotos do passeio dos meninos em março.

Odyssey no largo do Candinho

Gutinho e Tosco remando e ao fundo a Odyssey.


João Pedro e Paty tomando sol na proa.



Gutinho e Tosco numa operação ribeirinha.





No comando do bote...
Até a próxima.


Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação

BuzzTosco Boy

Diário de Bordo em 16 de março de 2010

O Tosco pediu umas fotos da viagem deles então ai vão.

O Tosco num performance de Mergulhador de Acapulco
Voaaannnddoooo..."para o alto e ao infinito" BuzzTosco
Aqui já parece mais um sapo ou alguém que acabou de se arrepender do que fez...rs

Uuuugggghhhhhh....nota zero


Depois de tanto esforço um ronquinho...o mais interessante aqui é descobrirmos sua identidade cigana...detalhe do dente de ouro...
Pediu está pedido e não pode se arrepender...vai para o ar e todo mundo vai ver...

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação

sábado, 6 de março de 2010

06 de março de 2010 - Está chovendo!

Diário de Bordo em 06 de março de 2010

Estamos no barco desde quinta-feira, dia 04 de março. O tempo não prometia grandes coisas, mas ao menos estava quente. Ontem, 05, ficamos com um dia bastante agradável. Apesar do céu encoberto, não choveu e a noite, quando saímos para jantar, estava quente e haviam estrelas no céu.

Os meninos estavam programados para virem depois a faculdade. Isso significava dizer que sairiam de casa por volta das 22:00 horas. Na verdade, liguei para o Gutinho as 00:30 hs e eles estavam indo buscar a Nathalie. Tinham acabado de pegar a Patrícia. O Tosco viria dirigindo até a Capital (SP) e ele assumiria o volante desde então até chegar aqui.

Bom, com eles na estrada a noite foi em intervalos de sono. A cada movimento do barco imaginava que poderiam ser eles. Chegaram já eram 04:30 hs. No relógio de meu celular. Imaginei escrever: quando chegaram os ponteiros do relógio já mostravam 04:30 hs. Ficaria mais romântico, mas os ponteiros dos relógios estão desaparecendo, cedendo espaço aos numerozinhos digitais das máquinas de tempo, dos celulares, palms, smartphones e até de seu próprio laptop...o tempo, implacável tempo.

Logo depois deles terem chegado comecei a ouvir mais alguém chegando. Não era convidada, mas veio. Seus passos saltitantes no convés são inconfundíveis para qualquer homem do mar, por mais ou menos tempo de mar...a chuva se estabeleceu de forma grossa e cadenciada. Um pouco mais e sumiu, para reaparecer posteriormente e assim se repetir por diversas vezes. Ao menos até agora. São 08:56 hs no relógio de meu laptop.

Por volta das 06:00 hs o barco deu um solavanco. Pulei da cama e corri para o casario, saída para a parte externa do barco. O vento também tinha chegado e começou a chacoalhar o barco que bateu no flutuante levemente. Mas suficiente para o barco ir de um lado ao outro. Saí para fora com a chuva descendo. Estava fria. Fui até a proa e cacei o cabo para afastar. Fui até a popa e trancei os cabos em "X". Melhorou.

O mar é muito romântico. Mas dá muito trabalho.

Quando vc comanda um barco, sua responsabilidade não cessa. Se for o caso de ficar a noite toda acordado, voce tem que ficar. Não tem para quem repassar a responsabilidade. É bonito mas ao mesmo tempo é um peso.

Costumamos ver as fotos dos barcos sempre em águas tranquilas, cristalinas. Não é sempre assim.

No mar, o mais interessante é justamente essa alternância. Você começa um dia de uma forma e raramente termina igual. O mar é vivo. O vento é vivo. Reagem em relação ao movimento da Terra. O vento se forma em função (muitas vezes) do aquecimento da massa de água do mar. Formam os tais Centros de Alta Pressão ou Centro de Baixa Pressão. Por sua vez, o mar acaba influenciado pelo vento que passa sobre ele, gerando as ondas. Vivo.

Incrível. Aqui no barco eu durmo muito bem. Sem contudo esquecer de tudo que está lá fora. Um balanço a mais e já acordo. Em casa não é assim.

Bom, o cardápio para hoje era marisco lambe-lambe. Como veio mais gente para cá e está chovendo, fica apertado para fazer. Não tratamos desse assunto ainda com o Alex, que é o mestre do negócio.

Ok. Resolvido. Fui perguntar ao Alex e ele garantiu que dá para fazer o lambe-lambe...obaaaaa.

Vou sair agora por que terei que ir até o Perequê comprar algumas coisas que faltam para o prato do dia.

Depois posto algumas fotos, ok?

Então...

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação

quarta-feira, 3 de março de 2010

Estudo de Impacto no Manguezal de Bertioga 001

Diário de Bordo em 03 de março de 2010

Tirei muitas fotos da destruição do manguezal no Canal de Bertioga.

Mandei-as todas para a Karina, adivinha. Deu pau no meu lap. Pudera, são 85 MG.

Tudo bem, a causa é nobre. Vcs verão uma série de fotos dessa destruição. Culpo em partes as marolas produzidas pelos barcos, como já comentei anteriormente, mas com certeza deve haver mais alguns fatores. Quem sabe poluição? As vezes achamos que a poluição é somente aquela aparente, fedorenta, volumes de lixos boiando por todas as partes e nem sempre é assim.

Minha única e exclusiva preocupação é conseguir fazer algo antes que ela se torne irreversível e extingua o manguezal e tudo que ele representa para a vida das espécies que dele sobrevivem, inclusive dele dependem para sua reprodução. Acredite, são inúmeras.

Para esse apoio, vou contar com a Karina, que entre outras tantas qualidades é minha sobrinha e engenheira ambiental. Eu serei a emoção e ela terá que ser a razão - tadinha, logo ela, rs. Até vejo ela xingando todo mundo, rsrsrsrsrs.

A idéia é produzirmos algum material técnico e com ele publicar algumas matérias em revistas especializadas, para ver se conseguimos mudar algo. Quem sabe conseguimos ao menos mudar o comportamento dos que MAL comandam embarcações pelo canal???

O resultado é claro: algo irá acontecer. Esperamos que para o bem da natureza.

Até lá e...


Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação

terça-feira, 2 de março de 2010

Visita do Paulão e Rô 2

Diário de Bordo em 02 de março de 2010.

Um pouco mais das atividades desenvolvidas pelo Paulão e Rô durante nosso final de semana..

A água do canal estava imperdível e foi muito bem aproveitada...para digerir um pouco de tudo que comemos..rs

Dá uma olhada nisso que o Alex preparou para nós. Lagosta sapateira com muito molho e camarões...hummm

O nosso artista mostrando sua arte...


Olha a cara do negócio depois de pronto...dá até água na boca...rs


Outro ângulo da obra de arte..




Pra variar um pouco comemos...


O esconderijo do Alex...preparando um prato que se chama lambe-lambe. São mariscos preparados com bastante molho de tomate, cebola, pimentão e etc e o arroz e cozido junto com tudo isso...dá para imaginar...



Olha o molho do lambe-lambe...


A Rô acordando e passando um protetor.



Paulão depois dem sessão de natação...
Depois dessa...

Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação

Visita do Paulão e da Rô

Diário de Bordo em 02 de março de 2010



No final de semana seguinte ao Carnaval, recebemos a visita de meu cunhado Paulão e de minha irmã Rosângela (Rô).

Abaixo um pouco das atividades que praticaram enquanto estiveram embarcados...


Atividade 1: comeram



Atividade 2: nadaram - aqui a Ritinha aprece de bico na atividade do casal

Atividade 3: tomaram sol...conversaram amigavelmente (o Paulo está escondido no fly, acredite) e a Ritinha de bico de novo...


Atividade 4: ah...comeram...



Atividade 5: ahhhhhhh....comeram....de novo...rsrsrsrsrsrs
Vou colocar mais imagens...aguarde....


Boa navegação à todos!!


Capitão Gutemberg




Comandante da Embarcação

segunda-feira, 1 de março de 2010

Destruição do manguezal no Canal de bertioga

Diário de bordo em 01 de março de 2010




Nunca fui muito a favor dos chamados ecochatos. Mass nunca deixei de amar a natureza. Em minha adolescência fui escoteiro por muitos anos e aprendi lá o amor pela natureza e por tudo que ela representa de importante para a sobrevivência da vida na Terra, incluíndo a nossa, que muitos esquecem.




Tenho tido a oportunidade de viver um pouco no Canal de Bertioga, que liga a cidade de Bertioga ao Canal de Santos, através de um canal estreito que forma a Ilha de Santo Amaro, onde está localizada a cidade de Guarujá, um dos mais badalados balneários paulistas.




O Canal de Bertioga possui muitas marinas e condomínios de luxo e o fluxo de embarcações é considerável em determinadas épocas do ano. este ano foi muito grande, pelo calor que nosso verão nos brindou.




Consequência disso foi o fluxo de embarcações que por ali passaram. Quando digo embarcações, estou me referindo a barcos de alumínio (chatas), pequenas lanchas, lanchas, veleiros, iates e trawlers e até balsas, que para ususfruirem das riquezas paisagísticas do litoral acima de Bertioga e tentando fugir de uma navegação em águas mais abertas usam o canal para virem de Santos ou mesmo das marinas locais, para uma navegação de esporte e recreio.




A Marinha tem em seus regulamentos algumas recomendações sobre navegação em águas restritas (que é o caso de canais) delimitando o limite de velocidade, qual seja: até 7 Nós/hora (algo em torno de 13 Km/hora).




Essa velocidade visa permitir a boa prática da navegação em águas restritas.




Você que navega sabe o quão desagradável é cruzar com outra embarcação, estando essa acima da velocidade limite. Seu barco mergulha num conjunto de marolas e aderna para todos os lados, jogando tudo e todos ao chão, causando danos nos equipamentos e materiais do barco, por que na tentativa de segurar, as pessoas se agarram onde podem..., radares, porta-copos, suporte do toldo, etc.




Há também como consequência, os danos provocados nos barcos atracados nas marinas. Observe o corre-corre das funcionários e marinheiros quando alguém vem acima da velocidade pelo canal. Soam sirenes, acenam para que diminua a velocidade, mas nada...os barcos derribados (com a popa enfiada n'água) parece que estão de nariz levantado, tal qual seu infeliz proprietário.




Ao lado vemos - as vezes - marinheiros aflitos e envergonhados, pelas peripécias dos patrões...




Mas antes os danos ficassem nos barcos alheios. Já estaria de bom tamanho. O grande problema é que o principal dano não está relacionado aos danos materiais nos barcos, mas em coisa muito mais preciosa e que lamentavelmente quase ninguém observa.




Os manguezais estão sofrendo um recuo drástico em sua área, pois com as marolas produzidas as enfraquecidas árvores das margens estão caíndo, fazendo o manguezal caminhar em direção a terra seca e portanto à sua destruição.




As fotos que vou mostrar mostram a destruição do maior berçario de centenas de criaturas que ali se reproduzem, crescem, equilibram e vivem em harmonia com a própria natureza. Não bastasse as surtidas dos pescadores e moradores que ali buscam muito além do necessário para sua sobrevivência, os manguezais agora precisam enfrentar a fúria de proprietários de barcos velozes, mas além, que desrespeitam os direitos alheios de um bom e agradável passeio e o direito da natureza seguir seu próprio caminho.


Visão da região do Largo do Candinho. Essa área é uma das em melhores condições, pela extensão lateral das águas e por que só se consegue navegar num canal central, haja vista os lençois ou coroas que existem próximas das margens. Percebe-se nitidamente a diferença daqui, onde pelas características acima as marolas chegam com muito menor força às margens.




Nesta foto vemos a fragilidade das raízes das arvores que, na baixamar ficam completamente fora da água, parecendo raízes aéreas. Como o solo onde se seguram é lodoso, nessas condições de exposição ficam tremendamente fragilizadas, caindo com muita facilidade.



Veja uma delas caída, no canto direito da foto.





Outra foto mostrando as raízes todas para fora da água. Note-se a marca escura que é onde normalmente fica o nível da água.



Barcos de todos os tipos, como os jets, que andam em alta velocidade, causam uma destruição sem par. Apesar de seu pouco peso, eles são danos a natureza pela possibilidade de se aproximarem mais das margens, e assim das árvores.










Esse trecho do canal fica entre o Largo do Candinho e o Canal de Santos. Aqui a velocidade obrigatoriamente tem que ser muito baixa, mas ainda sim você encontra quem consiga andar por aqui a mais de 10 nós. Como essas parte é muito estreita, a devastação é enorme.




Quando a água se encontra em seu nível normal, há uma proteçãoção para a vegetação costeira.


Colocarei outra matéria sobre o assunto embreve, com mais fotos que já tenho.
Por enquanto...
Boa navegação à todos!

Capitão Gutemberg
Comandante da Embarcação